Borat

Esse foi o filme-sensação do fim do ano passado, meses antes da estréia só se falava no tal Borat. Eu fico com os dois pés atrás quando se trata desse tipo de filme, que geralmente decepcionam (vide O Código da Vinci, Piratas do Caribe 3), então resolvi esperar seu lançamento em vídeo para conferir.

A estrela do filme é o comediante inglês Sacha Baron Cohen que fez muito sucesso nos EUA com um programa de esquetes, em que interpreta vários personagens, dentre eles Borat Sagdiyev, repórter do desconhecido Cazaquistão. No filme, o governo cazaque envia o repórter em missão à América para fazer um documentário sobre a vida dos americanos, e resolver os problemas de seu país. Ao chegar em Nova Iorque, Borat assiste a um episódio de S.O.S. Malibu, e se apaixona por Pamela Anderson partindo em seguida por uma viagem até a Califórnia, para se casar com a amada.

Mas o roteiro é só desculpa para colocar na seqüência quadros do programa de Sacha, em que ele entrevista desconhecidos que realmente acreditam estar falando com um cazaque.

Esse é o ponto alto do filme: a espontaneidade dos entrevistados. Borat manipula as pessoas e as faz atacarem, sem piedade, mulheres, muçulmanos, gays, e principalmente judeus. Ou seja, expõe a hipocrisia do "estilo de vida" americano. Mas tudo de maneira tosca, grosseira, em que ninguém é poupado, inclusive o próprio ator (ele toma água da privada, lava suas cuecas no lago do Central Park, se masturba em frente a uma vitrine de lingeries, invade um rodeio e quase é linchado).

O filme é bom? Depende do seu estomâgo. A cena que simula sexo entre Borat e seu assistente é a coisa mais repulsiva que já vi no cinema. Não é uma obra-prima como apregoou-se, mas pode ser divertido, se você estiver preparado para ser chocado. Para quem é fã de tosqueiras como South Park, Jackass e Pânico na TV. Se curte Adam Sandler e Jim Carrey fique longe desse misto de reality-show, documentário e comédia de costumes.